Eu já tinha percebido tudo, mas nunca havia concluído na prática
eu costumo reparar nas coisas, poeira no móvel, vento frio na escada
eu acertei quando deduzi que seria assim, mas não foi bom acertar
quanto mais cada segundo disfarçado de hora, me agride
e me obriga a pensar.
Eu tenho dois travesseiros, um deles pra abraçar, fico calado na ausência
faço tudo sem perceber, mas reparo no sem você e no girar do anoitecer
quanto mais penso menos sentido faz, mas não tem ninguém pra disfarçar
então sigo sentindo tudo, simulando um absurdo quando já é tarde
e não estou indo te encontrar
meus dedos desenham os seus, quando olho minha mão, falta a tua
quando pego o violão o que ressoa é a sua canção, é automático cada Ação
todo mundo diz que é exagero, as pessoas mudam de assunto o tempo inteiro
e por falar de assunto cadê você pra me contar, que terminou o cubo mágico
e perdendo seu tempo tentando me ensinar ?
é meio frio, quatro da manhã sem você pra me chamar, o relógio do quarto
canta uma música repetitiva, está atrasado com o resto do mundo,
mesmo cansado rolo de um lado pro outro na cama, e quando mudo de posição
até nessa repetição os seus braços me trazem, com seu jeito de sonhar
e o sorriso que encontrei no seu olhar
fecho os olhos e mesmo no vazio consigo te sentir,
as vezes dói como um corte de papel pra arder, esse ''ímpar'' já vai passar
e se tudo fosse um jogo, eu escolheria meu ''par'', você.
Archive for agosto 2011
Acumulo Exagerado de Vazio
.
Desabrochou
.
Foram alguns instantes memoráveis, no baluarte tremulo desses
vinte-e-poucos mais altos sonhos, que consolidaram talvez,
a satisfação de parar, Pensar em tudo que através de frustrações ou
equívocos horríveis, mediante a tanta falta de sorte, apostas perdidas,
tempo furtado, estou eu aqui.
Vivo, mais velho e mais sorridente, com uma euforia que outrora me fugia
recompensado por tanto descompasso e me vejo tão forte, cheio de fé e
recatado disso, crescido demais, hoje em dia até me vejo capaz.
Estou aqui, por todas as vezes que sorri, por todas as vidas que juntei
pra todas as noites que perdi, pra cada sonho que sonhei.
Me vi enfim, nas poucas boas que conquistei,
nos aplausos que antigamente ostentei por idas vindas e trocas mal
sucedidas, foi bem isso aqui que virei.
Quanto mais me distrai, esguiar de vôos desnecessários a dor,
poucas coisas na mão e o suficiente pra armar, algo bem forte
e com vento ou não, depois de cada vendaval, poder olhar pra trás
e ver, que colhi, e aprendi, outras tantas nem tão aprendidas
mas vindo de mim, cheio de suor, sinceridade e calma pra deitar o
sono dos justos contemplar um pouquinho, ser quem sou, sem pressa.