Eu já tinha percebido tudo, mas nunca havia concluído na prática
eu costumo reparar nas coisas, poeira no móvel, vento frio na escada
eu acertei quando deduzi que seria assim, mas não foi bom acertar
quanto mais cada segundo disfarçado de hora, me agride
e me obriga a pensar.
Eu tenho dois travesseiros, um deles pra abraçar, fico calado na ausência
faço tudo sem perceber, mas reparo no sem você e no girar do anoitecer
quanto mais penso menos sentido faz, mas não tem ninguém pra disfarçar
então sigo sentindo tudo, simulando um absurdo quando já é tarde
e não estou indo te encontrar
meus dedos desenham os seus, quando olho minha mão, falta a tua
quando pego o violão o que ressoa é a sua canção, é automático cada Ação
todo mundo diz que é exagero, as pessoas mudam de assunto o tempo inteiro
e por falar de assunto cadê você pra me contar, que terminou o cubo mágico
e perdendo seu tempo tentando me ensinar ?
é meio frio, quatro da manhã sem você pra me chamar, o relógio do quarto
canta uma música repetitiva, está atrasado com o resto do mundo,
mesmo cansado rolo de um lado pro outro na cama, e quando mudo de posição
até nessa repetição os seus braços me trazem, com seu jeito de sonhar
e o sorriso que encontrei no seu olhar
fecho os olhos e mesmo no vazio consigo te sentir,
as vezes dói como um corte de papel pra arder, esse ''ímpar'' já vai passar
e se tudo fosse um jogo, eu escolheria meu ''par'', você.
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Acumulo Exagerado de Vazio
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