Eu não escrevo, mas...


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Tem um cara por aí que me faz nunca duvidar de que quero viver.
Ele é sensível, gosta de ficar emburrado pra me fazer esquecer que estou, está sempre usando meias e não consegue comer de garfo.
Toda vez que ele vai dormir, vira as costas e pede um abraço, ressona baixinho e acorda a me beijar brincando de dizer "Que gostinho de cimento!". Sem contar as vezes que me desperta primeiro jogando metade de mim pra fora da cama, descobrindo as minhas pernas ou me fazendo confundir o forro da cama com o edredom.
Tem um garoto que, toda vez que me vê vindo de longe, finge que não me viu. Eu faço o mesmo, mas não da pra nenhum dos dois fingir que não viu o sorriso que se abriu no olhar do outro, o que prova que já nos vimos.
Ele sempre pede pra eu me decidir, mas nunca gosta da minha decisão. Parece que sabe que, na verdade, eu estou pensando em escolher exatamente o que ele quer, e só não disse antes pra ser gentil comigo.
Eu junto dele acho graça de quase tudo, e a gente ri até mesmo quando da vontade de chorar, quando a gente descobre juntos que o mundo é injusto, quando ele se machuca sem querer e não consegue dar risada da dor que está sentindo, mas acaba se rendendo. Na verdade eu acho graça é de ver que o sorriso dele é a coisa mais linda que existe, e que é meu e só meu, que fui eu quem conseguiu que cada canto da face dele transbordasse de alegria.
Tem um cara por aí que me faz cócegas de surpresa, fica louco e me enlouquece de ciúmes, que sempre volta pra se despedir de novo e me enche de beijinhos no pescoço só pra ver arrepiar até o último pedaço do meu corpo. Ele me acha linda quando eu acordo sem maquiagem, quando vou dormir com a samba-canção dele, e gosta do meu cabelo com ou sem prancha.
Deixa-me em pânico quando vai chegar perto da minha barriga, porque sei que vai morder.
Eu conheço cada cara dele: o sorriso de lado de quem está pensando em besteira, o olhar vago de quem se chateou, os lábios que se apertam quando a raiva bate na porta e o jeito que ele me olha, sempre apaixonado. Nesse último olhar eu sempre me vejo refletida, e no fundo das retinas dele eu enxergo os meus próprios olhos, que dizem o mesmo.
Existe um garoto que é super inteligente, que acaba por me ensinar um monte de malandragem que ele já aprendeu com a vida, mas insiste em dizer que toda matéria que eu decorei do colégio ou cultura inútil que eu vi no Discovery Channel é muito mais que o que ele me passa, quando sabe que não. É que parece que ele é meio encantado comigo, e acha besteira qualquer coisa que vem dele perante às que vêm de mim. Igualzinho eu me sinto com relação a ele.
Esse menino estranho da perna meio fina e cabelo desajeitado me mostra uma banda nova todo dia e implica com tudo que eu gosto de ouvir. Também implica com minha mania de tampar as coisas, cheirar as coisas e enfileirar as coisas. Nunca entendeu nada que eu tentei explicar, e me zoa como se eu fosse a culpada.
Ele me liga de madrugada e, mesmo interrompendo meu sono, me faz voltar a dormir mil vezes melhor pensando naquela voz que só me traz coisa boa.
Importa-se bastante comigo, e é muito interessante. Quando ele sorri pra mim, acho que o sol deveria se sentir humilhado. E cada música que ele canta pra mim me deixa mais apaixonada.
Tem um garoto que me faz sentir como ninguém nunca sentiu, e acreditar que, quando eu morrer, se eu for pra um lugar que não seja exatamente como é aqui quando eu estou do lado dele, eu fui uma garota má, e com certeza não fui pro céu.
Ele não é só um garoto, é o meu garoto, e quando me da a mão ou me abraça apertado nós somos um só, um alguém melhor a cada dia, que não tem medo de nada e pode vencer o mundo inteiro. É a minha força. O motivo de eu chorar de saudade, de emoção, de tristeza, de amor e de qualquer outra coisa. Porque chorar, na verdade, não é "só água que sai do nosso olho", é sentimento que rola face a baixo quando não cabe mais dentro do peito.
E é por causa dele, que além de ser o melhor namorado é o melhor escritor do mundo, que eu tenho certeza de que não sou poeta e nem me dou bem com a gramática, mas também por ele eu vivo com vontade de escrever, pichar em cada muro, bordar nesse manto azul que a gente chama de céu, que graças a ele eu descobri: essa é a hora exata de usar a palavra "amor".
Tem um cara por aí que é a razão da minha vida, e é pra ele que eu quero fazer ovos mexidos de manhã, ajeitar o nó da gravata com pressa pra ele ir trabalhar e tirar os sapatos antes de a gente se deitar, todos os dias. Ele, só ele e exatamente ele, é, pra mim, e vai ser pra sempre, exatamente desse jeitinho, O cara. E eu o amo com toda a minha alma. 



Post da namorada meio burrinha e folgada que SEMPRE quis invadir o Eterno Efêmero <3

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